Acho que tem muita gente preocupada com a cama dos outros. Vamos pensar um pouco:
1. Se você vai fazer uma consulta médica. Você entra no consultório e pergunta a/ao médico/a que está lá: qual é a sua orientação sexual?
a) a faculdade de medicina forma pessoas (independentemente de sua orientação sexual) para que sejam profissionais idôneos e que sejam competentes.
b) nos vestibulares para medicina não tem nenhuma pergunta sobre a orientação sexual do/a candidato/a.
2. Se você vai matricular sua/seu filho/a numa X escola. Você vai pedir uma planilha com a orientaçao sexual de todas as pessoas que trabalham numa escola? docentes, pessoal de limpeza, administrativos, etc.
3. Você vai na padaría e pede se o/a padeiro/a que fez seu pão possui cual orientação sexual?
4. O feijão que você compra na feira ou no mercado depende da orientação sexual de quem plantou, colheu e preparou para vender?
Agora, se tudo isso e muitas outras coisas cotidianas da tua vida você não fica fiscalizando se a pessoa tem essa ou outra orientação sexual, porque na tua igreja isso devería ser importante? Ah, porque tá na bíblia? Mas a biblia fala só para quem trabalha na igreja ou é para todas as pessoas?
Se o/a pastor/a, catequista, porteiro/a, musico/a, ou qualquer pessoa que ajuda e colabora para que uma comunidade tenha seus espaços religiosos dependessem de uma declaração de orientação sexual (não importa qual fosse), sería bastante contraditório com a perspectiva biblica que Cristo não faz acepção de pessoas (a Igreja sim?).
Confundir o ministerio ordenado com uma questão sacramental é bastante complicado. Lutero mesmo dizia que o sacramento não depende da "dignidade" de quem o administra (pois esta pessoa sempre vai ser pecadora, como qualquer outra), mas sim da graça de Deus.
Se a Igreja na alemanha, na Suecia e em tantos outros países conseguiu ver que a orientação sexual não determina, nem condiciona a mensagem do Evangelho (boa notícia de salvação em Cristo), é porque são bem protestantes e evangélicas. O Evangelho não é dependente da dignidade humana, mas sim da graça de Deus em Cristo para com nós.
Agora se você fica imaginando como seu/sua pastor/a vive a sua sexualidade o problema não está na igreja, nem no/a pastor/a. Esttá na tua cabeça, na perversão de conectar religiosidade com sexo.
Pastor Clovis Eloi Kurtz